A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) alertou hoje, dia 18 de janeiro, que os surtos em lares são “uma das situações mais complicadas” do país na pandemia de Covid-19, sobretudo no Alentejo, e argumentou que “ninguém é descartável”.
“Uma das situações mais complicadas no país, e aqui no Alentejo seguramente das mais complicadas, é com os lares”, afirmou hoje Catarina Martins, em Évora.
Após uma reunião com a direção do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Alentejo Central, a dirigente do BE afirmou que “ao longo de anos”, houve “um desinvestimento nas condições das pessoas mais velhas”.
“Não é compreensível a quantidade de lares que não têm profissionais de Saúde, que não têm médicos por exemplo”, e, neste momento de pandemia, é visível “como esse problema é tão grave e se agudiza tanto”, criticou.
Para Catarina Martins, “matérias fundamentais como garantir a segurança a quem tem de continuar a funcionar, a trabalhar, aos profissionais que lá estão como nos lares, são fundamentais”.
“Ninguém é descartável neste país e, se esta doença é grave para todos, sabemos que é grave para as pessoas mais velhas, particularmente”, alertou.
Segundo a coordenadora do BE, “toda a gente tem de ser respeitada” e tem de ter “acesso aos melhores cuidados de saúde e toda a gente deve ter proteção na sua saúde”.
“Que ninguém encolha os ombros quando vê surtos em lares ou quando vê as pessoas mais velhas a serem mais afetadas. Não nos podemos permitir isso”, salientou.
Apesar do confinamento geral em curso, “em setores fundamentais como os lares, que não fecham, continuam a ter pessoas, é fundamental garantir a segurança dos utentes e garantir as condições de trabalho de quem lá trabalha, para que não haja surtos, para travar os surtos e para haver apoios de Saúde”.
Nesta deslocação a Évora, a líder do BE aproveitou para deixar “dois apelos muito veementes”, o primeiro deles para que toda a população siga “as regras” das autoridades de Saúde.
“Não podemos facilitar, o país está mesmo a viver um momento muito complicado”, avisou, apelando ainda para que “haja um reforço efetivo dos profissionais de Saúde”, incluindo “dos cuidados primários”.
“Reforçar os cuidados primários é também proteger os hospitais e o que chega aos hospitais”, destacou.
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