Um grupo de personalidades da área da saúde apresentou ontem 6 de outubro, o “Consenso Estratégico para a Insuficiência Cardíaca”, que identifica as principais lacunas no acompanhamento destes doentes e apresenta “medidas urgentes” para diminuir a carga da doença no SNS.
O documento ao qual a Lusa teve acesso foi desenvolvido antes da pandemia por Covid-19, mas “as dificuldades destacadas ou provocadas pela pandemia levaram a que algumas das medidas que o grupo de trabalho inicialmente não considerou urgentes se tenham tornado agora prementes”, defendem os seus subscritores.
“Antecipando uma recessão e de forma a fortalecer o nosso SNS, é crucial implementar iniciativas baseadas na evidência e custo-efetivas para limitar a carga pessoal desnecessária e os gastos com hospitalizações evitáveis, o que é frequentemente observado na insuficiência cardíaca [IC]”, salientam.
Para os subscritores, a falta de preparação do sistema de saúde português para lidar com a IC “é dramática”.
“Apesar do impacto significativo da IC em Portugal, não existe uma estratégia nacional para dar resposta à problemática. O diagnóstico é frequentemente tardio, não existem protocolos clínicos que assegurem uma continuidade dos cuidados, as infraestruturas e as ferramentas de financiamento são inadequadas e não existem métodos de monitorização e avaliação das iniciativas implementadas”, descrevem.
Para melhorar a resposta, o grupo definiu “oito medidas prioritárias”, entre as quais “uma campanha de informação sobre a IC”, o financiamento de testes de diagnóstico para a síndrome nos cuidados de saúde primários, protocolos integrativos com uma rede de referenciação clara, a avaliação e a valorização financeira adequada dos cuidados prestados no âmbito da IC.
As estimativas apontam para cerca de 400 mil pessoas com IC em Portugal, que deverão atingir meio milhão em 2060.
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