Os Acidentes vasculares cerebrais (AVC), a demência e a encefalopatia estão entre as patologias diagnosticadas em doentes graves com Covid-19 que sofreram complicações neurológicas, segundo um estudo científico britânico que analisou os dados de mais de 150 pacientes.
No estudo publicado na passada quinta-feira, dia 25 de junho, na revista Lancet Psychiatry, analisaram-se 153 doentes internados com Covid-19 durante o mês de abril, fase exponencial da pandemia, cujos casos foram encaminhados para a investigação pelos seus médicos.
“Tem havido cada vez mais relatos de uma associação entre a infeção da Covid-19 e possíveis complicações neurológicas e psiquiátricas, mas até agora só a partir de estudos com dez ou menos pacientes. A nossa é a primeira investigação nacional de complicações neurológicas associadas à Covid-19, mas é importante assinalar que se centra em casos tão graves que exigiram hospitalização”, afirma o autor do estudo, Benedict Michael, da Universidade de Liverpool.
Outra das cientistas envolvida e a coautora do estudo, Sarah Pett, da University College de Londres, acrescentou que este estudo é “uma fotografia” de um momento na pandemia e que é preciso “compreender as complicações cerebrais de pessoas que têm Covid-19 mas não com gravidade que justificasse internamento”.
A patologia mais comum foi acidente vascular cerebral, observado em 77 pacientes, a maioria com mais de 60 anos, 57 por causa de coágulos sanguíneos, conhecidos como acidentes isquémicos, em nove dos casos por causa de hemorragias cerebrais e no caso de um paciente, devido a inflamação dos vasos sanguíneos do cérebro.
Em 39 dos pacientes estudados, cerca de metade dos quais tinham menos de 60 anos, verificou-se que sofriam de confusão mental ou mudanças de comportamento associadas a estados mentais alterados. Em sete deles, verificou-se que sofriam de encefalite, uma inflamação do cérebro.
Em 23 dos doentes analisados, verificou-se que sofriam de alterações psiquiátricas – psicose, demência, depressão e ansiedade – de que não tinham antecedentes, embora os investigadores admitam que pudessem já existir antes, mas sem serem diagnosticadas.
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