Um grupo de investigadores defende que os psicólogos deverão desempenhar um papel mais ativo nos pedidos de morte medicamente assistida (eutanásia e suicídio assistido), tema em análise na passada quinta-feira, 18 de junho, num grupo de trabalho na Assembleia da República.
Um estudo coordenado por Miguel Ricou, professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e investigador do CINTESIS – Centro de Investigação em Tecnologias de Saúde, a que a Lusa teve acesso, mostra que os psicólogos poderão assumir várias funções indispensáveis no contexto da morte antecipada.
Para o responsável, os psicólogos serão fulcrais, por exemplo, no aconselhamento do doente, das famílias e dos profissionais de saúde e na avaliação da competência do doente.
“Os psicólogos devem assumir um papel na avaliação da capacidade dos doentes e da consistência dos seus pedidos de morte antecipada. A decisão de morrer é irreversível e, por isso, deve corresponder à verdadeira vontade da pessoa. Deve existir o mínimo de enganos possível na avaliação de um pedido de eutanásia e suicídio assistido”, considera.
Segundo Miguel Ricou, “não faz sentido que quem pede eutanásia não tenha a oportunidade de discutir isso mesmo com alguém especializado em orientar as pessoas nas suas tomadas de decisão”.
Na sua opinião, caberá igualmente aos psicólogos assumir o papel de “advogados dos doentes”, garantindo que as suas necessidades são atendidas.
“Os psicólogos têm uma responsabilidade ética de proteger a autonomia do doente e o seu direito a tomar uma decisão consciente e informada”, acrescenta.
Além disso, sublinha que os psicólogos devem fazer a ponte entre doentes, familiares e profissionais de saúde e prestar-lhes o apoio necessário em questões emocionais e éticas.
você pode gostar
-
Quer pedir a reforma este ano? Saiba que documentos precisa e quanto vai receber
-
iSyncWave: O dispositivo portátil capaz de detetar doenças mentais
-
Bluepharma anuncia lançamento das primeiras embalagens de medicamentos para daltónicos
-
INSA divulga resultados do estudo “Saúde Mental em Tempos de Pandemia”
-
Complemento Solidário para Idosos deverá subir