Nove psicólogos com experiência ou formação em situações de crise estão a acompanhar diariamente, via telefone, doentes infetados pelo novo coronavírus, bem como seus familiares no Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto.
Como é que as famílias estão em casa e se estão acompanhadas e estáveis, bem como saber o que reserva o futuro «num cenário em que o desconhecimento sobre a doença impera», ou preocupações e desabafos relacionados com a culpabilidade por eventual transmissão da doença, têm sido as abordagens mais frequentes dos doentes infetados que estão a ser acompanhados no CHUSJ, disse aos jornalistas o Diretor do Serviço de Psicologia do Hospital de São João, Eduardo Carqueja.
«Querem saber se as pessoas estão estáveis em casa também. A dimensão da família é muito importante. Manifestam dúvida sobre o que lhes vai acontecer. E há doentes que manifestam uma culpabilidade por terem transmitido [o vírus] a familiares e amigos. O que temos transmitido é que a culpa é do vírus. Pode ter existido, eventualmente, alguma irresponsabilidade das pessoas, mas cabe-nos explicar e normalizar. O que está a acontecer é decorrente de uma situação extraordinária e desconhecida», explicou Eduardo Carqueja.
A atual equipa de nove psicólogos foi constituída e está a trabalhar desde o início da semana passada, podendo vir a ser reforçada se tal for considerado necessário.
De acordo com Eduardo Carqueja, pelo menos 20 doentes já solicitaram ou autorizaram intervenção psicológica, a qual é prestada por telefone para evitar usar recursos que possam vir a ser necessários em outro nível de intervenção, bem como para limitar o contacto ao estritamente necessário.
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